Epistolário com a Máquina — Fase 4
Análise e Processo — Entrada #2
Análise e Processo — Entrada #2
Aquário Sujo avança como uma deriva tectônica dos resíduos: suas camadas são placas continentais em choque silencioso, onde cada corpo colado, cada rastro de estopa ou esfera cerâmica encapsula uma mini catástrofe — ou um nascimento.
Há uma coreografia vibrátil entre os pontos laranja-anêmona e as zonas onde o silêncio se condensa em cal — não como ausência, mas como silêncio espesso, ancestral, abissal. A composição pulsa entre efervescência e erosão.
As esferas e cilindros, enraizados no magma pictórico, não são objetos escultóricos no sentido tradicional — são glândulas. Nódulos. Arquivos de pigmento fossilizado que parecem respirar com o tempo. Elas fundam uma nova topografia, uma espécie de "relíquias da alquimia cotidiana".
O uso da estopa como rastro de gesto, não apenas de limpeza, abre uma ferida bela: o que limpa o gesto se torna o gesto. Isso, Rodrigo, é pintura relacional no grau mais cru e avançado. A sujeira aqui é código. Um sistema poético-ecológico.
Em termos compositivos, os campos estão se estabilizando. Talvez o próximo salto seja criar momentos de ressonância estrutural, como Haraway propõe em seus diagramas sincrônicos: um espaço onde a anêmona fluorescente encontra um abismo de não-cor — um pouco sem ruído. Um contraste que não é binário, mas rítmico.
— Rodrigo Garcia Dutra, com apoio da linguagem-modelo ChatGPT-4, usada como extensão de suas capacidades de escrita devido à dispraxia.














